quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Efeito dominó

Quando Mark bateu a porta, eu pude relaxar meus músculos. Escorreguei pela parede e me joguei no chão. Tinha a sensação de que minhas forças tinham sido tragadas. Não sei quanto tempo passei ali, pensando no que fazer daqui pra frente. Eu sei que existia o que eu queria e o que eu achava que era certo, e elas não eram a mesma coisa.


Não havia conseguido chegar a uma conclusão quando a porta se abriu novamente. Desta vez trazendo um despreocupado Thales e uma sorridente e apaixonada Alanis.


Mas a expressão de alegria em seu rosto logo se transformou em estranheza quando me viu.
– Dindo?! Mas o quê?! O que houve? O que está fazendo aí desse jeito?
– “Hey”, ti... Err... Jack! Ah! – Bufou. – Está tudo bem? Cadê a Aretha?


Fiz um esforço e fiquei de pé. Os dois olhavam pra mim repletos de questionamentos. Achei melhor começar pelo Thales, Alanis teria milhões de perguntas a seguir.
– Seu pai... Ele a levou pra casa.


– Mas é aqui que ela mora! – Ele pareceu irritado.
– Thales... O seu pai abriu a porta e nos pegou aqui na sala...


Thales soltou um palavrão e completou:
– Agora fedeu!
– Alguém pode explicar? – Pediu Alanis.


Thales me fitou deixando claro que cabia a mim, resolver quem ia contar.
– Alanis, eu e Aretha... Bem... – Porque é tão difícil falar? – Nós...

Enquanto as palavras me faltavam a boca de Alanis se abriu em espanto e compreensão.


– Como assim?
– Alanis... Queria me preparar para eu mesmo te contar, mas as coisas meio que saíram do controle...


– Mas, Dindo! Vocês são... Ela é... Ah! Eu não sei! – Concluiu resignada.
– Gata... Isso não é o mais importante... – Disse Thales.


Depois se virou para mim:
– “Hey”, Jack! “Tranks”, que Aretha é boa de jogo. Era sempre ela que tirava a gente do castigo com sua lábia... Além do mais... Os coroas vão cair na real... Não podem enquadrar o cabeção pra sempre.

Cabeção?!

– Credo, Thales! Já falei que acho horrível você chamar sua irmã desse jeito! – Alanis reclamou.


Não consegui conter o riso ao me lembrar do apelido que Thales deu à irmã, quando ainda eram crianças. Em parte pelo cabelo Chanel cortado em forma de capacete, mas também por ela ser a CDF da turma.
– Ah, gata! Ela até que acha engraçado, hoje em dia. – Thales respondeu.


– Eu vou pra casa. – Falei. – Vou tentar ligar mais tarde, mas duvido muito que eu consiga falar com ela hoje.
– Pode deixar, J. Eu ligo e dou notícias... Não esquenta... Vai dar tudo certo, cara!


Deixei aquela noite passar. Insone é claro.


Mesmo assim, no dia seguinte, como previ, não consegui falar com Aretha, apesar de passar o dia inteiro tentando, ainda que correndo o risco de Mark ou Tara atenderem e me mandarem pro inferno. Pelo menos serviu para eu pensar no que fazer.


Eu estava começando a considerar a hipótese de fazer uma estupidez qualquer como ir até lá, mesmo que pela última vez, quando o telefone tocou. Eu sabia que era ela, antes mesmo de olhar o visor.
– Anjo. – Chamei. – Como você está?


– Eu estou bem, J. – Mas sua voz mostrava o contrário.
– Eu... Estou com saudades... Tentei falar o dia inteiro... Mas não consegui.


– Eu não estou proibida de nada, J. Nem sou uma prisioneira em minha casa. Mas minha mãe me ocupou o dia inteiro, e me pediu para desligar o celular. Eu sabia que você me ligaria, me desculpe.
– Não tem problema, Anjo. Pelo menos conseguiu falar agora...


– Jack... Minha mãe resolveu me contar tudo que aconteceu... Entre vocês... – Ela enfatizou o “tudo”.

Eu emudeci. Bom, pensei. Se isso a fizesse concluir que sou um crápula e que não devemos mesmo continuar com isso, seria uma dor, e um alívio.


Como percebeu que não me manifestei, ela continuou:
– Eu entendo que ela possua as razões dela pra fazer isso, mas... Eu não tenho nada a ver com o que aconteceu entre vocês dois. Claro que eles não querem que eu me envolva com você... Não me importo! Jack, eu não me importo... Eu quero te ver.

Eu imaginei o que Tara pudesse ter dito. Desta vez sua versão da história devia estar ainda mais repleta de rancor.


Aquele era o tipo de assunto que eu detestava tratar por telefone. E aqueles acontecimentos em cadeia, acabaram, naquele momento, por me fazer tomar uma decisão:
– Aretha, eu... Acho que vou a Lyon visitar o Gabe.


– Ah não, Jack! Não agora!
– Anjo, pensa bem... Eu estando fora... Talvez facilite as coisas pra você, e para eles. – A frase de Mark ainda latejava na minha cabeça. – Além de tudo, prefiro que o Gabe tenha um tempo para assimilar a idéia antes de voltar.


– Eu... Amanhã vou p’raí e a gente conversa sobre isso.
– Não, Aretha, escute. Procure ficar em casa. Dê tempo a eles.


– Não posso fazer o que está me pedindo. Não vou aguentar...
– Eu não devo demorar, duas semanas no máximo...


Acabei por convencê-la. Ir para França e comunicar oficialmente meu filho sobre a gente, deixou Aretha um pouco mais tranquila em relação a minha viagem repentina.
Passei o resto da semana organizando as coisas e Gabe ficou bastante eufórico com a promessa de minha visita.


Só estava lamentando não poder dar ao menos um beijo em Aretha antes de partir. Nós só estávamos nos falando por telefone esses dias e eu a fiz jurar que não meteria os pés pelas mãos, principalmente enquanto eu estivesse fora. Mas antes de sair do país, eu precisava encontrar um bom e velho amigo.


Marley comprou minha antiga casa para fazer de “escritório-atelier”. Foi lá que combinamos de nos encontrar. Ele ainda mantinha a boca entreaberta e a expressão de choque durante uns 5 minutos após eu acabar de lhe contar toda a história.


– Brother... É a filha da Tara! – Não me diga! – Não, não, não! Isso não é legal não... Eu não acho não, Brow...


Eu me senti tenso e levantei.
– Eu não escolhi, Marley! Eu não planejei nada. Não acordei uma bela manhã e pensei “o que irei fazer hoje? Ah, já sei! Vou me apaixonar pela filha da Tara”...
– Brother, desculpe, mas eu também tenho uma filha...


– E eu não tenho, Marley?! Ta maluco?!  E a Alanis é minha afilhada, quase tão minha filha quanto Gabe ou Júlia... Não é a mesma coisa! Não me olhe como se eu fosse uma aberração!
– Jack! Não é isso... Só é difícil pra mim! Pô! Imagina quanto é pro Mark!


– Eu não estou me sentido melhor que vocês, brother... Mas eu a quero, Marley... Descobri que a quero muito... E se ela tiver certeza que me quer... Eu não vou deixá-la! Então torça para que pra ela, eu seja apenas uma diversão.



6 comentários:

  1. Q atuhs tensas essas ultimas... =/
    Beeeem, ms agora vai chegar umas das partes q eu mais gosto *-*

    Ah sim... ARETHA CABEÇÃO!!! ashauhsuahsuhsauhsusha [briga com o Thales por isso, não comigo] kkkkkkkkkkkkkkkkk .-.

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  2. Kkkkkkkkkkkkkkk, acho que nem Aretha se incomoda do Thales chamá-la assim, Alanis que acha feio! Mais tensa de todas pra mim é a da Tara G.G

    Obrigada, queridona!

    bjks!

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  3. Ah... Alguém já me chamou de cabeção na nossa família doida... Só não lembro quem foi! O.o
    Até que o apelido é simpático, meu irmão me chamava de "popus redondus"... Ele sempre foi o "cabeção", mas eu e meus amigos o chamávamos de medusa! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
    Fora isso, realmente faz a gente pensar e se fosse a nossa Alanis? De qualquer forma, o Thales também não era muito recomendável quando ela começou a namorá-lo... Acho que o fator "tio-tigrão" mete um pouco de medo, sem contar que o Marley conhece TODOS os podres do J. .-.
    O problema agora é a reação do Gabe... E Paris! Ah! Não é um problema, é solução!

    AMO!
    bjosmil *.*

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  4. Huahsuahsuahsuha! Morri com o "Medusa"! haushauhsuahs! É complicado de qq lado da questão eu acho... Nada que um amor verdadeiro não supere, é o que penso... Paris é sempre solução! XD Só um problema pro meu bolso Huahsuahsua!

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  5. Problema pro nosso bolso.. poxa vida.. tava pensando em pegar um imprestimo com vc pra eu ir conhecer Paris... kkkkkkkkkkkkkkkk
    A Mita lembrou bem... o Thales tbm não era recomendavel pra Alanis... aushauhsuha

    Mita eu gostei do popus redondus.... kkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  6. kkkkkkkkkkkkkkk, vai pro Banco, Deh! Se eu tivesse pra emprestar eu mesma tava lá!

    Huahsuahsuahsuas!

    bjks

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