Prólogo

Eu nunca a esqueci. Em parte, porque nunca quis esquecê-la realmente. A sua pele macia, o seu cheiro naturalmente doce, os cabelos sedosos caindo sempre e delicadamente sobre seus olhos, esferas negras.

O olhar hipnotizante de Tara Roberts foi a primeira coisa que me chamou atenção. E depois, todo o resto. A fragilidade meiga, a carência afetiva, o dom para a música. Não havia como não me apaixonar. Aquela garota foi o grande amor da minha vida, e por algum tempo seus olhos ficaram voltados exclusivamente para mim.

Foi duro demais perder seu olhar. Foi duro demais admitir que ele pertencesse a outro. Mesmo assim, consegui me conformar.

Mas agora, aqueles mesmos olhos, duas ônix reluzentes, voltavam a me assombrar.