segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Pedido

Júlia ainda demorou mais uma semana para voltar para casa. Como normalmente fazia, trouxe Ana com ela.


Quando a noite caiu eu fiz o convite:
– Ana... Que acha de sairmos para jantar? – Eu já tinha inclusive feito a reserva.
– Ah... Ótimo, vou avisar a Júlia...


– Err... Não, Ana... Só nós dois mesmo.
Ana estranhou. Os nossos programas sempre incluíam meus filhos.
– Deixei passar alguma coisa?


– Ai, Ana... Vinte anos e você ainda recusando meus convites.
Ela riu.
– Ta certo... Vou aceitar este, então.


Parecia mesmo uma ocasião especial. Ana estava incrivelmente linda. Não que ela já não fosse, mas hoje... Minha nossa!


 Abri a porta do carro para que ela entrasse.
– Você está incrível. – Elogiei. Parecia que eu nunca tinha visto Ana num vestido! Não é possível!
– Você também... Estou com pena das mulheres no restaurante.


Ana tagarelou a noite inteira sobre o andamento de seu novo filme. Confesso que não estava prestando muita atenção. O tempo todo estava ensaiando mentalmente como fazer o que pretendia e o momento exato de começar. 


– Jack! – Ela chamou, me tirando do transe.
– Hã? – Respondi.


– Eu posso parar se estiver te entediando...
– Ah! Não, Ana... Me desculpe... Por favor, me desculpe. É que... Estou pensando como te dizer uma coisa...


– Eu sabia! Você não estava normal o dia todo... É tão raro a gente sair... O que é? Desta vez meu instinto não me disse tudo...
– Ana, eu... A gente se conhece a tanto tempo e... Na verdade a gente praticamente mora junto... Isto é, quando você está por aqui...


Ana percebeu onde aquela conversa iria terminar:
– Jack... Quando se precisa de tanta justificativa... – Eu não a deixei terminar.
– Não, Ana! Não estou justificando... Case comigo... Você é perfeita pra mim. Ninguém me conhece tanto... Ninguém sabe tanto a meu respeito. Eu sei que sou capaz de fazer você feliz.


Ana inspirou profundamente antes de responder. Isso pareceu uma eternidade.
– Jack... Seria muito fácil pra mim, aceitar. Eu nem tenho como contar quantas vezes sonhei com isso. Mas não posso...
– Mas, Ana...


Dessa vez foi ela a não me deixar concluir.
– Espera, deixa eu terminar... Jack... Isso não vai funcionar... Não vai funcionar pelo que está te motivando. Você está querendo me compensar e mais... Quer que eu preencha o vazio que seus filhos deixaram na sua vida... Mas eu não sou sua filha, Jack... Não quero fazer esse papel, meu bem.


O pior é que ela estava coberta de razão. Porque minha cabeça não podia funcionar como a de Ronaldo, por exemplo... Porque eu não podia querer Ana, pela Ana que ela era, e não pelo que ela representava para mim e para minha família.
Então terminamos o jantar.


Agora ela estava olhando pra mim e me esperando falar. Eu não conseguia saber pela sua expressão, se ela desejava que eu dissesse que ela estava certa, ou que ela estava errada. Mas que droga!


– Eu queria que fosse diferente, Ana... Eu te juro... – Disse afinal.
– Eu também. – Ela concluiu tristemente.

Eu devia ter falado antes de jantar. Agora havia um enorme bolo no meu estômago, parecendo cimento sendo misturado na betoneira. Aposto que o de Ana estava igual. Mas não era culpa da comida.


Não foi dita nem mais uma palavra, e quando chegamos em casa, Ana começou a catar algumas de suas coisas.
– O que está fazendo? – Perguntei.
– Eu vou para um hotel, Jack.


– Ah! Ana, pára com isso! Você não vai a lugar nenhum!
– Não posso mais ficar aqui.


– De que droga você está falando, Ana?! Não mudou nada, mudou?
– É claro que mudou, Jack... Não vê? Não é correto o que estamos fazendo... Não é honesto com você, não é honesto comigo, não é certo com seus filhos! – Seus olhos agora estavam cheios d’água, e eu não me lembro de nunca na minha vida ter visto Ana chorar.


– Ana... Não. Por favor... Se eu soubesse... Jamais teria pedido...
– Não é isso, Jack! Você não entende! O seu “pedido” apenas me fez abrir os olhos para uma realidade que eu não queria enxergar. Se eu ficar aqui... Estarei atrapalhando nós dois... Jack... – Ela parou.


– O que é?
– Tente ser feliz, sim?

Eu não sabia se aquela era uma despedida definitiva. Eu não queria saber se fosse mesmo. Eu acho que não sabia mais viver sem a Ana. Ao mesmo tempo, não tinha o direito de prendê-la a mim.


Eu a abracei.
– Me desculpe. Mesmo... Eu queria ser o homem certo pra você.
– Ah! Tudo bem... Acho que ele não existe. Eu vou me conformar com isso... – Ela brincou, como sempre fez, apesar das adversidades.


– Eu posso te levar?
– Se isso vai fazer você se sentir melhor...


A manhã seguinte não melhorou minha angústia. Eu, Júlia e Hélio tomávamos o café em silêncio, e eu tinha certeza que minha filha queria perguntar onde estava Ana.


Em algum momento ela tomou coragem e perguntou.
– O que é que aconteceu ontem?
– Eu e Ana resolvemos dar um tempo... – Não era exatamente a verdade, mas também não era totalmente mentira.


Júlia se contentou com minha resposta. Em parte pela forma seca que respondi. Eu não estava de bom humor. Continuamos a comer em silêncio até ela interromper novamente.
– E o Gabe? Deu notícias? – Só então que me liguei.


Gabriel não tinha dado mais nenhum telefonema desde que ligou pra dizer que já tinham chegado no chateau.
– Não... Eu ligo pra ele mais tarde.


Não foi necessário. Muito antes do que imaginei, Gabriel voltou da Ilha Twikkii, sozinho e mal-humorado. Entrou e foi direto pro quarto, sem falar com ninguém.
Eu não fui incomodar. Deixei que ele decidisse o momento de falar.



6 comentários:

  1. J!!!! S2

    Ain... como ele é lindo!! Ja tinha te falado q acho isso dele Pah? =P

    Bem, ja li as tres que eu tinha deixado acumular, ms foi pouco... Quero mais, preciso de mais!!! AAAHHHHHHH!!!

    Só a lesada da Ana mesmo pra rejeitar o pedido do J... kkkkkkkkk se bem q é o melhor mesmo, ficar casado com essa songa monga iria ser um castigo pro coitado.. u.u"

    Ta, pra não implicar muito vou dizer só isso XD~


    Bjos

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  2. Deh, eu já acho que só uma songa monga para aceitar o pedido do J!
    Ainda mais se está claro que o pedido foi feito apenas para ele não se sentir sozinho. Ana fez o melhor, deu a chance aos dois de não se contentarem apenas com a amizade colorida e poderem buscar a verdadeira felicidade!

    Amo!
    bjosmil! *.*

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  3. Rá! Pq eu desconfiei que vc vinha aqui falar justamente na atuh da Ana, Deh? .lala. Eu acho que essa sua implicância tem nome... u.u

    Concordo com quase tudo que a Mita disse... A não ser que a songa-monga refira-se só a essa situação... Ou talvez a Tara qd aceitou o pedido! Haushaushauhs!

    Vcs implicam, eu implico FATO! u.u

    Obrigada! AMO VCS!

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  4. Neeem vem dona Paula... Eu disse q acumulou 3 e comentei ué.. tenho culpa q parou justo na dessa Ana insossa da Ana? ¬¬"

    Então adianta mais isso.. ta muito lerda... asuhauhsuahushauhsuhusah
    --
    Mita só mesmo com muito desespero pra querer casar com a Ana... castigo... u.u'

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  5. Pah,
    A única que excluo do songa-monga é a outra situação! huashuashuashuashuashuashuashuash

    Deh,
    Eu acho que só com muito amor pra casar com J, senão não dá pra engolir a chatice dele.
    Já com a Ana, qualquer homem de bom senso adoraria a casar com ela por vários motivos muito melhores que solidão! O problema é que ela é mulher demais pra qualquer um! [/falomeeeeermuuuuuuuuemedivirto

    bjosmil *.*

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  6. Eu casaria se fosse uma sim... aushuahsuahushsuahsushaus [alguem duvida disso? XP]e ele não é chato... é lindo e maravilhoso.. *-*

    Sinceramente, não vejo motivo nenhum pra alguem querer casar com a Ana.... u.u'

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